Pais e avó de bebê que morreu vítima de agressões são indiciados por maus-tratos

A Polícia Civil de Santa Maria indiciou por maus-tratos seguidos de morte os pais e a avó paterna do bebê de menos de 2 meses de vida que morreu vítima de agressões. O inquérito policial, conduzido pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), foi concluído nesta sexta-feira (5). Em sua breve vida, a menina, que nasceu em 1º de outubro, teria sofrido episódios anteriores de violência que resultaram, inclusive, em fraturas. 

+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp 
De acordo com a investigação, coordenada pela delegada Luiza Souza, no dia 27 de novembro, os pais da criança procuraram o Pronto Atendimento (PA) do Bairro Patronato devido à febre apresentada pela filha. Ao examinarem o bebê, os profissionais de saúde teriam ficado estarrecidos com o estado de saúde: havia dezenas de hematomas e escoriações por todo o corpo, principalmente no rosto, com ambos os olhos roxos, além de um braço quebrado.

Ainda no PA do Patronato, ao perceber que a criança apresentava sinais de espancamento, os atendentes chamaram a Brigada Militar. O pai, de 20 anos, e a mãe, de 19, foram detidos e levados para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde ambos foram presos em flagrante por maus-tratos. 

Diante da gravidade do quadro, a criança foi transferida para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde foram constatadas outras fraturas anteriores, como nas costelas, além de traumatismo craniano. O bebê não resistiu e morreu no mesmo dia 27

Na delegacia, o casal optou por permanecer em silêncio, sem dar detalhes sobre as condições da filha. Porém, anteriormente, teriam alegado que a criança havia sofrido um acidente dias antes.

Atualmente, a mãe está recolhida no Presídio Regional. O pai foi internado em um hospital psiquiátrico de Porto Alegre.


Pai seria violento com esposa e filho

O casal residia em uma pequena casa, junto da avó paterna, que afirmou jamais ter presenciado qualquer agressão ou visto a neta machucada. Já a avó materna declarou à polícia ter visto a criança apenas duas vezes após o nascimento, pois o casal a impedia de conviver com a família.

A convivência do casal não seria pacífica. Já no presídio, a mãe relatou à delegada Luiza que era vítima de violência doméstica, física e psicológica, afirmando que o companheiro monopolizava os cuidados com a bebê e não permitia que ela tivesse contato frequente com a filha. 

A jovem garantiu que nunca machucou a filha e alegou nem viu quaisquer agressões praticadas pelo companheiro. Questionada sobre as diversas lesões, afirmou que o marido não lhe dava explicações e não tolerava ser questionado.

O laudo de necropsia ainda não foi concluído, mas o médico legista adiantou à delegada que, além de todas as lesões externas, o bebê apresentava hemorragia craniana.

Conforme a delegada Luiza Souza, a avó paterna também foi indiciada por maus-tratos seguidos de morte por sua negligência com o neto. Como a mulher morava na mesma casa, seria impossível não perceber o estado da criança.

No caso de condenação pela Justiça, o crime de maus-tratos que resultam na morte da vítima prevê pena de até 16 anos de prisão. 


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Pais e avó de bebê que morreu vítima de agressões são indiciados por maus-tratos Anterior

Pais e avó de bebê que morreu vítima de agressões são indiciados por maus-tratos

Homem é preso por porte ilegal de arma em Itaara Próximo

Homem é preso por porte ilegal de arma em Itaara

Polícia/Segurança